terça-feira, 22 de maio de 2007

Fábrica da Retorta nos bons tempos em Castanheira de Pera

Indústria de LanifíciosHá muitos séculos atrás, os castanheirenses resolveram aproveitar os recursos naturais locais e desenvolver as artes e os ofícios que sabiam. Havia pastagens, rebanhos, lãs, boas águas, gente que sabia tosquiar, fiar, cardar, tecer, pisoar e tingir. Assim, nasceu a arte dos lanifícios em Castanheira de Pera.Predominou uma produção artesanal até 1860, altura em que foi criada a primeira fábrica.José Antão fundou a primeira fábrica do concelho, na Abelheira de Baixo, movida por roda hidráulica. José Antão era um comerciante ambulante da Gestosa Fundeira, que comprava os seus artigos no Porto e vendia-os ou trocava-os por lã no Alentejo. De espírito arguto, resolveu manufacturar a sua lã, fundando, em 1860, uma fábrica.
Muitas fábricas se seguiram: Retorta, Várzea, Safrujo, Esconhais, Rapos, Pereiros, Torgal, Bolo, Foz, entre outras.Um grande amor à terra, as naturais tradições do fabrico de lanifícios e a fonte de energia natural, que era a Ribeira de Pera, favoreceram este surto de desenvolvimento. A população não dependia, agora, apenas de uma agricultura de subsistência, das migrações para o Ribatejo e Alentejo, da emigração para o Brasil ou dos seus rebanhos, pisões ou teares caseiros; havia as fábricas.A implantação industrial foi o motor de desenvolvimento de Castanheira de Pera, que chegou a ser o terceiro centro nacional da indústria de lanifícios.

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