terça-feira, 3 de novembro de 2009

Seis fábricas têxteis fundem-se para salvar 345 postos de trabalho - JN

Seis fábricas têxteis fundem-se para salvar 345 postos de trabalho - JN




Seis fábricas têxteis fundem-se para salvar 345 postos de trabalho
10h42m
Seis unidades têxteis do norte do distrito de Leiria vão fundir-se para salvar 345 postos de trabalho através da criação de uma nova empresa, disse à Agência Lusa um dos empresários envolvidos na iniciativa.
Manuel Fareleiro Arnaut, administrador da Fareleiros, unidade fabril do concelho de Ansião, onde estão localizadas cinco empresas - a sexta é de Castanheira de Pêra, explicou que a nova empresa, a B4F, deverá ser formalizada dentro de uma semana.
"A B4F vai ser fundada por três fábricas centenárias de produção de tecidos, V. Fino, Barros e Fereleiros, cujos proprietários têm participação nas outras três, e pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI), com um capital social de um milhão de euros", afirmou Manuel Arnaut.
Segundo o empresário, a produção das unidades fabris, "tecnologicamente bem equipadas, passa a ser canalizada para a B4F que, por sua vez, tem a responsabilidade na comercialização das marcas no mercado".
O responsável adiantou que a B4F vai ser uma sociedade "fortemente capitalizada, com fundo de maneio, capaz de ultrapassar os problemas de tesouraria com que se debatem as empresas, impedindo o seu encerramento, que era uma inevitabilidade e uma questão de tempo".
Manuel Arnaut esclareceu que as unidades fabris, "fruto de diversas contingências, entraram em crise a partir de 2003", acrescentando que várias tentativas de as viabilizar se revelaram "insuficientes".
"A actual crise resultou em problemas de consumo, que baixou, e os salários em atraso agravaram-se", contou.
De acordo com o administrador, "as empresas passam a ter dimensão através desta estrutura, permitindo-lhes cooperação comercial", declarou, apontando a presença conjunta recente em feiras internacionais.
O empresário explicou que a participação do IAPMEI foi um "factor decisivo" para avançar com o processo, que iniciou em Janeiro, assim como a realização de estudos económicos que apontavam para a viabilização das unidades.
Por outro lado, Manuel Arnaut destacou o "empenho e diálogo" do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios e Vestuário do Centro
Já o empresário António Fino realçou "o sinal de muita confiança do IAPMEI neste projecto que parte de empresas familiares", frisando que caso não se concretizasse seria "um desastre completo" para aquela região face ao desemprego que o encerramento das empresas acarretaria.
A responsável do sindicato, Fátima Carvalho, considerou a constituição da empresa "como uma luz ao fundo do túnel" para os trabalhadores e "um projecto exemplar no país".
"Juntaram-se seis empresas que, se nada fosse feito, todas estavam na iminência de encerrar", declarou a sindicalista, elogiando a "persistência dos trabalhadores" que, apesar dos salários em atraso, "tiveram coragem para enfrentar a situação porque não queriam ir para o desemprego".

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