quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Vovô
Caro Carlos,
Não tenho ideia de ver este texto no seu blog, e nem me lembro se o mandei para você. É um "papo" interessante, entre avô e neta, e me daria muita satisfação vê-lo no Blog ou no Cantinho.
Meu abraço, SALVADOR
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VOVÔ NÃO É TÃO VELHO . . .
Uma tarde, minha neta conversava comigo sobre os acontecimentos e, de repente, perguntou:
- Quantos anos você tem vovô ?
Respondi-lhe:
- Bem deixa-me pensar um pouco . . .
Nasci antes da televisão, das vacinas contra a pólio, das comidas congeladas, da foto copiadora, das lentes de contato, da pílula anticoncepcional.
Não existiam radares, cartões de crédito. raio laser.
Dinheiro era sacado somente no caixa do Banco, através do funcionário. Não existiam as caixas eletrônicas.
Não se havia inventado o ar condicionado, lavadoras e secadoras (as roupas simplesmente secavam no varal ao vento).
O homem nem havia chegado à lua, e nem se falava em semelhante coisa.
"Gay" era uma palavra inglesa que significava uma pessoa contente, alegre e divertida, não homossexual.
Das lésbicas, nunca havíamos ouvido falar, e rapazes não usavam piercings.
Nasci muito antes do computador, duplas carreiras universitária's e terapias de grupo.
Até completar 25 anos, chamava-se cada homem de "senhor" e cada mulher de "senhora" ou "senhorita"
Ensinaram-nos a diferenciar o bem do mal, e a ser responsáveis pelos nossos atos.
Acreditávamos que "comida rápida" era a que agente comia quando estava com pressa.
Ter um bom relacionamento, era dar-se bem com os primos e amigos.
Tempo compartilhado, significava que a família compartilhava férias juntos.
Não se conhecia telefones sem fio e muito menos celulares (telemoveis).
Nunca havíamos ouvido falar de música estereofônica, rádios FM, fitas K-7, CD's, DVD's, máquinas de escrever elétricas, calculadoras (nem as mecânicas quanto mais a s portáteis).
"Notebook" era um livreto de anotações.
Aos relógios se dava corda a cada dia, porque se não desse corda ele parava.
Não existia nada digital, nem relógios nem indicadores com números luminosos dos marcadores de jogos, nem máquinas.
Falando em máquinas, não existiam cafeteiras automáticas, microondas nem rádios-relógios-despertadores. Também não existiam videocassetes, ou filmadoras de vídeo.
As fotos não eram instantâneas e nem coloridas. Existiam somente em preto e branco, e a revelação demorava mais de 3 dias.
As fotos de cores não existiam e quando apareceram, sua revelação era muito cara e demorada.
Se em algo lêssemos "Made in Japan", não se considerava de má qualidade e não existia "Made in Korea", nem "Made i Taiwan", nem "Made in China".
Não se havia ouvido falar de "Pizza Hut", "McDonald's", nem de café instantâneo.
Havia casas onde se compravam coisas por 5 e 10 centavos.
Os sorvetes, as passagens de ônibus e os refrigerantes, tudo custava 10 centavos.
No meu tempo de criança, "erva" era algo que se cortava e não se fumava.
Hardware" era uma ferramenta e "software" não existia.
Fomos a última geração que acreditou que uma senhora precisava de um marido para ter um filho.
Agora me diga, quanto anos acha que eu tenho ?
- Hiii . . . vovô . . . mais de 200 ! Brincou a neta.
- Não, querida, somente 82 ! Veja como a juventude de seu avô foi muito diferente da sua.
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Um beijo à minha neta,
Salvador
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Salvador da Silva Tomaz
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