sábado, 15 de setembro de 2007

Grandes Castanheirenses:




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Fernando Baeta Bissaya Barreto Rosa nasceu em Castanheira de Pêra em 29 de Outubro de 1886, fruto do casamento do farmacêutico Albino Inácio Rosa e Joaquina ...www.rtp.pt/gdesport/?article=676&visual=3&topic=1





Ocupa um lugar de destaque na história da medicina em Portugal. Cirurgião brilhante, Fernando Bissaya Barreto realizou um trabalho fundamental no campo da saúde pública. Sempre deu audiência às suas ambições. Foi responsável por muitos projectos, como a criação da Maternidade de Coimbra. Membro da maçonaria, teve um percurso político pouco usual. Começou a conspirar contra a Monarquia e terminou deputado da União Nacional, de Oliveira Salazar. Criou o Portugal dos Pequenitos e a Fundação Bissaya Barreto. Este é o seu principal legado.
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Fernando Bissaya Barreto foi um homem dedicado a Portugal. O que o distinguiu da multidão foi a sua visão abrangente do que deveria ser a assistência social. O seu trabalho levou os cuidados de saúde e a educação a milhares de pessoas. O médico nunca teve a indiferença de outros seus contemporâneos. Fernando Baeta Bissaya Barreto Rosa nasceu em Castanheira de Pêra em 29 de Outubro de 1886, fruto do casamento do farmacêutico Albino Inácio Rosa e Joaquina da Conceição Barreto. Foi o segundo de quatro filhos. Depois de ter terminado o liceu, matriculou-se, em 1903, na Universidade de Coimbra. Obteve o bacharelato em Filosofia Natural, com 18 valores. Foi aluno brilhante, mas com tendência para entrar em polémicas políticas. Fez greves, fundou uma loja maçónica, a “Revolta”, e fez parte do comité revolucionário da carbonária. Algumas das suas ideias eram consideradas incendiárias. Mas, como dizia Oscar Wilde, “uma ideia que não é perigosa não merece ser chamada ideia”. Em 1911 já era um destacado dirigente do moderado Partido Republicano Evolucionista, de António José de Almeida. Foi eleito deputado à Assembleia Nacional Constituinte, que organizou o regime republicano saído da revolução de 5 de Outubro de 1910. Entretanto, terminou o bacharelato em Medicina, com 19 valores. Em Novembro de 1911 foi nomeado segundo assistente provisório da Faculdade de Medicina de Coimbra. A fome de saber levou-o ainda mais longe. Bissaya Barreto fez também o curso do Magistério Secundário, ou seja, o curso de professor liceal, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Chegou a ser colocado como professor no Liceu de Coimbra, mas nunca tomou posse do cargo. Em vez disso, trabalhou intensamente na tese de doutoramento que lhe abriria as portas dos cargos de professor extraordinário da Faculdade de Medicina e de director de técnica operatória dos Hospitais da Universidade de Coimbra. Bissaya Barreto viveu numa época importante para a medicina portuguesa. Assistiu à generalização de várias práticas, que hoje são comuns, como a anestesia, a assepsia e os tratamentos pré-operatórios e pós-operatórios. Para além dos cargos clínicos, Bissaya Barreto foi responsável pela educação de várias gerações de médicos cirurgiões. Em 1927 o governo militar saído da revolução de 28 de Maio de 1926 nomeou-o presidente da Junta Distrital de Coimbra, órgão do Estado com responsabilidades no campo da assistência pública. Foi aqui que o cirurgião de Coimbra terá começado a pôr em prática os seus conceitos médico-sanitários. No fim de 1931 o antigo revolucionário deu lugar ao amante da ordem: aderiu ao partido União Nacional. O médico cultivou ao longo da vida uma longa e estreita amizade com outro professor de Coimbra - António de Oliveira Salazar. Em 1940 Bissaya Barreto inaugurou o Portugal dos Pequenitos, parque pedagógico destinado às crianças. O projecto, idealizado pelo próprio, contou com o traço do famoso arquitecto Cassiano Branco. É um Portugal em miniatura que se estende do Minho a Timor. No ano de 1956 foi jubilado como professor catedrático da Universidade de Coimbra. Por esta altura já tinha criado o Hospital Pediátrico de Coimbra e vários outros projectos. Passados dois anos instituiu a Fundação Bissaya Barreto, vocacionada para prestar e desenvolver assistência no distrito de Coimbra. Com a Fundação, apostava na continuação da sua obra. Após o 25 de Abril, o novo poder político virou-se contra Bissaya Barreto. Foi destituído de todos os seus cargos oficiais. Morreu no dia 16 de Setembro de 1974, no Hotel Metrópole, em Lisboa. Bissaya Barreto e a sua fundação fizeram hospitais, bairros sociais, escolas e um instituto superior. Para o fadista Carlos do Carmo, um grande português é alguém que “serviu de referência e de estímulo”. Bissaya Barreto é, seguramente, um desses casos.Imprimir a Biografia Enviar por E-mail Voltar Atrás

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