Kalidás Barreto, autor de “Os trabalhadores laneiros do distrito de Leiria”
Uma história de lãs e de lutas
O 11º volume da Colecção “Estremadura: Espaços e Memórias”, “Os Trabalhadores Laneiros do Distrito de Leiria”, de Kalidás Barreto, é lançado amanhã, sábado, às 15h30, no Salão Nobre do Município de Castanheira de Pêra.De que trata este “Os trabalhadores laneiros do distrito de Leiria”?Este livro resulta da investigação que deu origem a um outro livro que escrevi só sobre Castanheira de Pêra, das lutas sindicais ao longo dos anos, associadas à indústria dos têxteis. Neste trabalho quis circunscrever-me ao período até ao 25 de Abril. Porque a partir de determinada altura sou protagonista e ser protagonista e autor é complicado. Já tive essa dificuldade quando escrevi a monografia de Castanheira de Pêra. O que explica a tradição têxtil em Castanheira de Pêra?É uma terra de serra, onde toda a gente sabia tosquiar e fiar, mas cada um fazia-o em sua casa. O livro aborda as origens históricas, o desenvolvimento e algumas situações curiosas. É uma história interessante, que gostei de investigar e ver, e sobretudo realçar a luta do movimento operário. Em condições de isolamento, aquela gente soube dar vida e criar umas primeiras associações operárias do distrito. Este opúsculo é ainda valorizado por um conjunto de fotografias de José Luís Jorge, feitas a partir de uma indústria florescente a partir no século XIX.Como vê a crise e o quase desaparecimento dos têxteis em Castanheira de Pêra?Com nostalgia, mas é preciso ter esperança. Há duas fábricas que permanecem com grande vontade, mas com dificuldades em virtude da concorrência externa. Este livro é também um testemunho, porque os jovens precisam de ter memória. É preciso não esquecer a vontade que aquelas pessoas tiveram todas e quanto foi difícil chegar onde se chegou.
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